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Coisas da Vida

As próximas eleições são as presidenciais?

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Ao olhar para as notícias de jornais, nas televisões, na discussão política, se não estivesse bem informado, diria que as próximas eleições seriam as presidenciais. Mais, diria mesmo que são as eleições mais importantes para o país.

 

Na verdade, em jeito de esclarecimento, o cargo de Presidente da República pouco mais é do que uma figura de Estado, quase de corpo presente. Não manda, não decide. Vá, tem o poder de dissolver a Assembleia da República, mas mesmo assim! Quem decide é o Governo. A Assembleia da República. E são essas as próximas e as mais importantes eleições dos últimos anos. Afinal, vamos ter de decidir quem nos vai governar, com que políticas, nos próximos quatro anos de forma coerente, depois do esforço feito para mandar a Troika para o seu lugar.

 

Mas a discussão política a esse nível está ausente. Faltam ideias, faltam soluções, faltam alternativas. Por isso, mais vale focar a discussão em torno de cartazes, que, sinceramente, pouco ou nada ajudam no momento da decisão, do que em promover o debate de ideias. Afinal, sempre que isso acontece, apenas são expostas as fragilidades dos políticos que se assumem para a corrida.

 

Culpa dos jornais e jornalistas que apenas seguem a agenda. Culpa dos políticos e comentadores que teimam em tapar o sol com a peneira. Alguns, os eternos candidatos a candidatos, preferem manter-se na sombra, a controlar os cordelinhos e a ganhar em grande, mesmo sendo pequenos, com os negócios privados, dos quais beneficiam graças à sua influência na esfera política.

 

É o país que temos. É a Europa onde vivemos. Temos o que merecemos?!

 

Há anos que se vota, quem vota, sem pensar. Que se vota apenas para mudar o ciclo. Mudar é bom, mas, como se tem visto desde que o 25 de Abril trouxe a Liberdade de escolha popular, com a mudança de Governo vem a mudança das políticas que deveriam ser estratégicas. A dança das cadeiras. Estamos constantemente a começar do zero.

A força de um povo só é força quando se junta a vontade popular e não quando um qualquer político chama a si a força do povo para o ajudar a cumprir a sua própria vontade.

Por que razão um Governo em Portugal só funciona com maioria? De que servem tantas horas de debate político quando se sabe que as medidas do Governo serão aprovadas e as da oposição chumbadas? Para que servem tantos deputados? A maioria sem voz!

 

Cabe aos eleitores, aos portugueses, exigir que a Assembleia funcione. Que sejam feitos pactos de regime em temáticas relevantes como a Educação, a Saúde, as Finanças Públicas. Pensando bem, poucas coisas ficam de fora de uma estratégia que permitiria levar o país pelo caminho do sucesso.

 

Ilusão? Talvez.

 

Vontade de mudar, com toda a certeza. Dificilmente haverá mudança com os políticos que temos. Ou melhor, com a falta de exigência que fazemos enquanto eleitores.

 

Ir para a rua manifestar contra uma medida é útil. É uma das ferramentas democráticas, mas será que não devíamos focar essas manifestações em exigências concretas? Em juntar esforços para pressionar o Governo (seja ele de que cor for) e os partidos com assento parlamentar, a chegar a consenso em determinadas matérias que consideramos cruciais para o nosso futuro, para o futuro dos nossos filhos?

 

A força de um povo só é força quando se junta a vontade popular e não quando um qualquer político chama a si a força do povo para o ajudar a cumprir a sua própria vontade. Por cá, como se tem visto, usa-se o povo para desestabilizar, criar ruído.

 

Tenho falado com muita gente sobre as eleições. A maior parte jovens que ainda não chegaram ou que estão muito perto dos 30 anos. "Ainda não pensei nisso", dizem. Copletamente desligados da vida política. "Nem vou votar", afirmam. Assusta. Pensar que temos gerações futuras a deitar por terra o que foi conseguido com o 25 de Abril. Não é novo, bem sei, mas nunca é demais lembrar que deixar de votar não é opção. Votem em branco, mas votem. E exijam dos políticos aquilo para que foram eleitos.

 

Se for mais fácil pensem como as eleições de presidência de um clube de futebol. Há vários candidatos, com o apoio de um número significativo de sócios, e um vence. Mas depois de vencer, todos se unem em torno do mesmo objetivo.

 

Depois de umas eleições, a oposição deveria respeitar o vencedor. Fazer o seu papel de controlador, evitar abusos. Mas trabalhar em conjunto. A política do "bota abaixo" só serve a quem anseia por chegar ao poder a qualquer custo.

 

E, do lado do Governo eleito, claro, a abertura para receber as ideias, as mais valias da oposição. Afinal, aqueles dois deputados de um partido menor, também representam uma fatia da população eleitora. Porque, sejamos honestos, se assim não for, o que estão lá a fazer? Se é para governar apenas com maioria, de forma a assegurar que se faz o que se quer, o que fazem lá os outros todos?

 

Entendam-se. Quanto a nós, simples povo, cabe-nos exigir este consenso.

A vitória que soltou as amarras de Vitória

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Rui Vitória sai vitorioso do jogo de estreia do Benfica na Primeira Liga. Mas o alívio chegou apenas ao minuto 74. Para os que ansiavam por uma vitória do Benfica, esta goleada ao Estoril, conseguida nos últimos 15 minutos de jogo, fez renascer a esperança. A festa foi grande. Faz lembrar os festejos após a conquista de uma final.

 

Estes 15 minutos, se não forem seguidos de jogos convincentes, serão insuficientes para suportar a manutenção de Rui Vitória.

 

Durante 73 minutos, valeu ao Benfica a prestação de Júlio César e do árbitro, que não assinalou uma grande penalidade favorável ao Estoril logo no início do encontro, e numa altura em que o Estoril conseguia ser melhor do que o Benfica.

 

Surge o famoso "E se...".

 

E se o Estoril tem beneficiado, e concretizado, aquele penalti? Será que a lucidez teria surgido na equipa do Benfica? Teria o Benfica conseguido "soltar as amarras?"

O que se viu de Rui Vitória, durante 73 minutos, foram as amarras.

Este foi apenas um jogo. Um Benfica a jogar da forma como jogou nos últimos 15 minutos pode aspirar à defesa do título, mas é preciso que as "amarras" (que parecem ter sido rompidas) se mantenham soltas já no próximo jogo. Da mesma forma que seria injusto despedir Rui Vitória em caso de empate ou derrota na primeira jornada (apesar de compreensível, devido ao que o Benfica não fez durante a pré-época), a margem do treinador do Benfica é muito curta. Um mau resultado, ou pouco convincente na segunda jornada, poderá significar o princípio do fim.

 

O Benfica está a poucos meses de eleições e Luis Filipe Vieira irá ser escrutinado, essencialmente, pela perda de Jesus para o Sporting. O presidente do Benfica só irá conseguir sair por cima deste caso, se mantiver a equipa no caminho das vitórias. Com ou sem Vitória! 

 

Se era confiança que faltava ao Benfica, para desbloquear as questões psicológicas deixadas com a saída de Jorge Jesus, nada justificará uma prestação inferior ao que se se viu nos últimos 15 minutos frente ao Estoril.

 

A deslocação ao terreno do Arouca, na segunda jornada, deverá ser simples para o bi-campeão nacional. O jogo, tal como deveriam ser todos os jogos, será encarado como mais uma final.

 

E se o Benfica perder com o Arouca? Será que as amarras de Vitória estão totalmente soltas? Os adeptos do Benfica gostam de um treinador que dá indicações durante o jogo, que se exalta quando os jogadores fazem asneira, que aplaude quando cumprem as indicações. O que se viu de Rui Vitória, durante 73 minutos, foram as amarras.

A única vitória, tem asas ou está no banco!

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Este fim de semana recomeça a loucura pelo futebol. Sporting e Benfica disputam a supertaça. Além do interesse que despertaria numa situação normal, por se tratar de um derby, a mudança de Jorge Jesus para Alvalade atiça ainda mais as vontades.

 

Depois da mudança, Jorge Jesus ainda é visto (mal) como o ex do Benfica. E, pelo menos nos próximos tempos, parece que o Sporting vai continuar a ser descrito como o outro da relação. O amante!

 

Mas Jorge Jesus, magoado ou não, já manifestou o seu amor de loga data pelo amante. Pelo seu eterno amor.

O Benfica também arranjou um substituto mas continua a ter os olhos no "traidor". Afinal foram anos de "amor" intenso.

 

Muito já se escreveu sobre esta ruptura, sobre a troca de Jorge Jesus para Alvalade, mas quem sabe toda a verdade sobre aquilo que se passou entre Jorge Jesus e Vieira?

Se vencer a supertaça, o Benfica continua a acreditar que, sem mudanças, vai conseguir lutar, a sério, pela renovação do título.

Dia 9 sobem ao relvado as equipas e com elas a emoção. Mais do que a taça, em jogo está o orgulho. Orgulho de Jorge Jesus, que quer provar que era ele o responsável máximo pelas vitórias do Benfica; orgulho de Bruno Carvalho que quer provar que com esta guerra com o Benfica vai conseguir colocar o Sporting no topo e numa verdadeira luta pelo título; orgulho do Benfica e de Rui Vitória que, depois de uma pré época plena de derrotas, vai tentar provar que está pronto para lutar pela defesa do título.

 

As estatísticas dão vantagem ao Benfica mas também dão a Jorge Jesus nos confrontos com Rui Vitória. E Jesus conhece bem a equipa que vai enfrentar. A luta psicológica começou no dia em que foi oficializada a passagem de Jesus para Alvalade que, neste jogo, vai ter de enfrentar os seus anteriores discíplos.

 

No meio de tudo isto, estão os adeptos. Sportinguistas felizes com a prestação da equipa de Jorge Jesus, mas, cautelosos, até ao momento. Afinal, a grande maioria deles ainda não viu a equipa do coração vencer um título. E mais vale gritarem vitória no final do jogo do que terem de engolir os festejos antecipados.

 

Benfiquistas, que entre o amor-ódio que sentem por Jorge Jesus, precisam de vencer este jogo para poder continuar a sonhar. E, claro, provar que é a “estrutura” que vence títulos. Mas, no fundo, acreditam que o Benfica dificilmente irá sair vitorioso deste confronto algarvio. Não são dados científicos, apenas a constatação daquilo que se ouve na rua. Na voz dos adeptos.

 

Quando se tenta analisar todo este embrulho, é fácil esquecer que o substituto (Rui Vitória) é quem está no limbo. O treinador precisa de ganhar um jogo e uma vitória frente ao Sporting pode dar-lhe alguma paz de espírito para conseguir encarar o início do campeonato de cabeça fria. De outra forma, dificilmente conseguirá manter-se no comando da equipa.

 

Os sócios do Benfica, apontados como os responsáveis pelos sucessos da equipa, pelo apoio que dão, também podem tornar a vida do treinador e estrutura num inferno.

 

As vitórias do banco não servem. Sem vitórias, não haverá Vitória. Pode parecer óbvio, e é!

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