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Coisas da Vida

Jesus às portas do Inferno da Luz

Jorge Jesus viveu este ano a melhor época desportiva da sua vida e, ao mesmo tempo, a pior. Passou, literalmente, de bestial a besta em menos de 20 dias.

Depois da euforia vivida em torno dos resultados desportivos registados no campeonato, na Taça e na Liga Europa, eis que nos momentos decisivos tudo se desmorona.

Jesus de joelhos em pleno Dragão ainda teve consigo os adeptos. Na final da Liga Europa o perdão também chegou. E tudo levava a crer que a renovação estava perto. Afinal, ainda restava a Taça de Portugal que, apesar de tudo, não salvava a época. Mas também no Jamor as coisas correram mal para o Benfica. E para Jesus que levou, em pleno relvado, o pior dos castigos: o empurrão traidor de Cardozo. O Paraguaio liderou o coro de críticas que colocam o treinador na rota de saída da Luz.

Cardozo, também ele criticado pelos adeptos encarnados (apesar do número de golos marcados), foi o primeiro a avançar para Jesus. Uma espécie de traição depois da aposta do treinador na sua utilização e na confiança para marcar penáltis, mesmo depois dos falhanços monumentais.

Jesus ainda tentou desculpar o Paraguaio, pois ele estava desorientado. Mas mesmo com a bússola desafinada, a atitude de Cardozo foi um sinal claro de desrespeito pela autoridade do treinador. Com aquela atitude, mesmo que ambos continuassem no Benfica, iria ser difícil a convivência.

Cardozo será castigado e dificilmente irá ficar na Luz. Quanto a Jesus, está a ser julgado por três jogos. Mas são momentos decisivos. Os adeptos não percebem como se pode gastar 4 milhões por ano num treinador que falha nos momentos decisivos. E têm razão. Mas é preciso olhar para outros grandes treinadores que esta época tiveram grandes conquistas depois de, na anterior, terem perdido tudo.

Portugal precisa de continuar a apostar nos talentos nacionais e para isso é preciso avaliar todo um percurso. É preciso saber avaliar as qualidades e não apenas a sorte ou azar de dois ou três lances.

Aliás, é preciso não esquecer que no Porto está um treinador que também tem qualidades mas que, apesar de ter tremido mais durante a época, conseguiu a felicidade, para tristeza de Jesus, no momento crucial. E também ele estará de saída do Dragão.

 

Antes morrer de pé que viver de joelhos

A frase é mais conhecida com a pronúncia castelhana mas aplica-se bem ao actual contexto do futebol português. Jorge Jesus, levado pela emoção, caiu de joelhos voltado para o banco do FC Porto onde Vítor Pereira celebrava de forma exuberante. O gesto, que curiosamente escapou às objectivas de dezenas de fotógrafos que assistiam ao jogo, corre o mundo graças às imagens da transmissão televisiva e caiu mal junto dos adeptos benfiquistas. Afinal, Jorge Jesus não pode dar aquela imagem.

E porque não? O futebol é um espetáculo e Jorge Jesus um dos actores principais. Caiu com o cair do pano. Mas mais do que a atitude irrefletida de Jorge Jesus é preciso perceber porque razão no momento em que sofreu o golo, aos 92 minutos, e quando tinha feito substituições claramente indicavam uma estratégia defensiva, a linha mais recuada estava a meio campo, completamente partida permitindo que dois avançandos, acabados de entrar, jogassem livremente.

Se há alturas em que o autocarro deve estacionar em frente à baliza, diria que esta era uma delas. Afinal, o empate servia ao Benfica mas não ao Porto. Como costumo dizer, analisar erros e jogadas através das imagens da televisão é mais fácil do que estar lá no campo a tomar decisões mas, neste caso, até uma criança conseguia ver o corredor esquerdo totalmente aberto para a progressão do FC Porto.

Jesus é um ator experiente, um treinador que já deu provas da sua qualidade e, talvez por isso, tivesse a obrigação de cair de pé. Principalmente quando a equipa tem de estar motivada para o jogo da final da Liga Europa. Não será fácil a motivação e mais difícil ficou com a atitude derrotista e de entrega protagonizada por Jesus.

Por outro lado, com a derrota, o Benfica precisa que o Porto perca o derradeiro jogo com o Paços de Ferreira e há quem tenha também interpretado o gesto de Jesus como um pedido aos céus para o auxílio divino.

Com o campeonato praticamente perdido, resta a Jorge Jesus colocar tudo na final da Liga Europa e tentar conquistar um título que ajude a disfarçar a dor provocada pelo desperdício do título nacional. Os adeptos querem celebrar e se for para receber a taça da Liga Europa, melhor. Mas não é a derrota frente ao Porto que o Benfica tem de lamentar. Afinal foi no Estoril que o Benfica congelou o caminho para o título.

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