Ganham milhões
Os futebolistas ganham milhões. E merecem?
Sem tirar o mérito ao Leixões, que actualmente lidera o Campeonato Nacional, e que já bateu os chamados três Grandes, é uma vergonha o futebol que as equipas têm apresentado.
No final das fracas exibições há sempre as desculpas habituais. Quando a culpa não é do árbitro é dos jogos a mais (que é como quem diz trabalho demais); quando jogam apenas uma vez por semana e nos treinos, quer dizer...
Bom, mas o pior é quando apresentam as razões psicológicas. «A equipa está desmotivada porque...». Desmotivada?
Quantos de nós muitas vezes não estamos desmotivados. Mas o trabalho tem de ser feito, certo?
Agora o que me deixa realmente estupefacto é a leveza com que se aceitam os resultados, fracos, de equipas como o Benfica perante um Estrela da Amadora. E o problema não é a equipa, mas imaginam piores condições psicológicas para um jogador do que não receber salário há mais de três meses e ter andado a semana inteira em noitadas (não nos copos) mas em reuniões com sindicatos e advogados para saberem como vão resolver a sua situação financeira?
No entanto, o Benfica, a jogar em casa apenas conseguiu marcar um golo, e teve de ser um defesa a fazer o trabalho dos avançados. O pior de tudo isto é que o Benfica consegue manter-se em segundo lugar. Não que não mereça, claro que está lá pelos jogos realizados, o que assusta é a qualidade do futebol português e a imagem que as «equipas grandes» estão a transmitir para o exterior. Sim, apesar de haver coisas mais importantes na vida, é incontornável que o jogo da bola tem muita força, a vários níveis.
É pena que ela (a força) falhe em horas decisivas.
Paulo M. Guerrinha