O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, apresentou hoje o Orçamento de Estado para 2007 e a grande novidade foi o facto de o ter feito numa "pen drive". Para os menos atentos, até pode ter passado a mensagem que isto foi uma grande revolução tecnológica.
Já é de louvar o facto do Governo ter poupado papel mas, dizer que uma "pen drive" é uma das grandes medidas que vêem no seguimento do choque tecnológico, choca qualquer um.
E o choque é ainda maior se tivermos em conta que o ministro, apesar de toda a tecnologia, chegou atrasado uma hora à apresentação do OE.
Em apenas cinco dias, dois "incidentes" com tiroteio colocam a GNR nas primeiras páginas dos jornais. A Lei tem de ser cumprida, é certo. Quem rouba ou pratica actos ilícitos tem de ser punido, de acordo com a legislação em vigor. O que me choca nestes dois casos, os últimos conhecidos, é a ligeireza com que os oficiais da Guarda Nacional Republicana, afirmam que os militares não têm treino de tiro suficiente para atingir os pneus de uma viatura quando esta se encontra em fuga.
Só quem nunca treinou, ou desconhece por completo a utilização de armas de fogo acredita nesta verdadeira história da carochinha. Se assim é, tal como acontece com qualquer pessoa que possua licença de uso e porte de arma, os militares da GNR não devem exercer a função.
Situações destas servem apenas para desacreditar a polícia portuguesa que, integradas em forças de manutenção de Paz, têm nota máxima pela sua eficácia. Será que em Portugal só ficam os maus polícias? Não acredito nisso.
A polícia em Portugal não está preparada para lidar com situações de risco, isso é um facto. Mas não se pode continuar a recorrer a tiros, a matar, para travar jovens que roubam carros. A nossa lei prevê prisão para estes casos, não a pena de morte (que, aliás, não se aplica, felizmente, em Portugal).
Falta preparação, e é preciso solucionar este problema, mas não continuem a dizer que o polícia atirou para os pneus, como mandam as regras.
