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Coisas da Vida

Polícias sem protecção

A notícia de hoje não é nova mas continua a chocar pela passividade com que é tratada. A polícia portuguesa (PSP e GNR) não tem coletes nem fardas quentes para utilizar em serviço. Ao ouvir um responsável da GNR dizer na SIC Notícias que é difícil haver fardas para os 26 mil militares, porque cada colete à prova de bala custa a módica quantia de mil euros, dá que pensar. Nesta força polícial há 300 coletes para todos.

 

É o mesmo que dizer que numa empresa onde os 100 trabalhadores precisam de computador para trabalhar, há apenas um. Parece uma situação de fácil gestão.

 

Ou seja, os polícias têm de andar em serviço sem protecção. Para fazer disto uma comédia à portuguesa, se houver azar, por andarem sem protecção, fazem um aborto. Agora vai ser livre.

 

28 mil euros não parece muito dinheiro para proteger vidas humanas que muitas vezes se perdem num serviço que visa a protecção de todos. O Governo de José Sócrates está disposto a gastar muito mais por ano ao introduzir a IGV no Serviço Nacional de Saúde.

 

Mas não se pode misturar os assuntos, ou melhor, não interessa misturar. O primeiro-ministro ainda hoje, no seu discurso de abertura das jornadas do PS em Óbidos, começou por realçar a vitória do partido na questão do aborto. Pois, nas palavras de Sócrates, "à segunda os portugueses votaram bem".

 

O que parece estar esquecido, desta vez, é a grande abstenção, superior a 50% verificada também neste Referendo. A questão que se coloca agora é: Os portugueses não querem uma democracia participativa ou apenas pensam que ao não ir votar estão a manifestar a sua insatisfação com os governantes de Portugal?

 

Será lícito os defensores do Não continuarem a exigir novo Referendo para esta questão?

Não me parece a forma correcta de fazer as coisas. José Sócrates, na qualidade de Primeiro-ministro, devia ter assumido desde o início a responsabilidade de alterar a legislação se é essa a sua convicção. Foi para isso que os portugueses, por maioria o elegeram.

 

Ao convocar mais este Referendo José Sócrates apenas pretende passar para a população a responsabilidade do que virá a seguir. São os portugueses, todos e não apenas uma minoria, quem vai pagar a factura. E não será pequena pois o Estado terá de pagar aos privados as IVG's realizadas. Os Hopsitais Públicos não têm capacidade de resposta para todas as situações.

 

Comprem as fardas e coletes aos polícias. Não usem também a morte de pessoas ao serviço do país para controlar a natalidade.

 

Paulo M. Guerrinha

 

O aborto da política à portuguesa

A discussão pública em torno do Referendo sobre a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez está a ganhar contornos verdadeiramente esquisitos. Pelo meio da panóplia de informação e declarações dos mais variados quadrantes, o público começa a sentir-se perdido. E isso vai, certamente, reflectir-se nos resultados do escrutínio.

A forma como está a ser conduzida a campanha (sim, campanha, porque é disso que se trata, por muito que se diga que não está politizada a questão) em nada escapa ao que os nossos políticos já nos habituaram. Lançam a confusão e quem conseguir que se livre do emaranhado de opiniões existentes.

Afinal o que está em causa nesta discussão? A despenalização da mulher, dirão alguns, enquanto outros defendem que ao votar sim no Referendo se está a abrir as portas ao massacre de fetos.

Sinceramente nem me atrevo a tentar opinar sobre o que realmente está em causa. Tenho a minha posição, muito convicta sobre a matéria, e penso que é assim que cada português deverá votar. Em consciência e, como diz o ditado, "sem emprenhar pelos ouvidos". Senão arrisca-se a ter de fazer um aborto no dia da votação por ter uma opinião indesejada, imposta por alguma das partes.

Para mim, antes de mais nada, há que garantir a segurança das mulheres nesta matéria. É uma questão de Saúde Pública. O Governo pode e deve acabar com os locais onde as mulheres fazem, clandestinamente e sem as menores condições, abortos todos os dias. Não é difícil descobrir estes antros de massacre. Qualquer pessoa sabe onde eles estão.

A solução não passa por abrir as portas às clínicas espanholas que actualmente já ganham rios de dinheiro com as centenas de mulheres portuguesas que se deslocam a Badajoz para fazer abortos. Porque quando isso acontecer, também serão apenas as mulheres com mais posses financeiras que o vão conseguir fazer.

O que está aqui em causa são as mulheres que têm necessidades financeiras e recorrem a parteiras de vão de escada para fazer estas intervenções. E isso vai continuar a acontecer se a lei for alterada, desta vez de forma legal.

Despenalizar a mulher Sim, despenalizar a carnificina, Não. É isto que gostava de ver esclarecido e até hoje, em nenhum debate ou discussão ouvi defender por nenhuma das partes.

Além disso, no meio de tanta confusão, lá se vão ouvindo alguns relatos de mulheres que fazem questão de afirmar ter já realizado "sete ou oito abortos". Sinceramente. Posso aceitar que existam casos em que a IVG é a única alternativa, mas será que nos dias que correm ainda há quem não tenha ouvido falar de preservativo?

Um Governo corajoso tomaria uma decisão e seria responsável por ela. Mas o que se pretende com este Referendo não é mais do que passar o ónus da decisão para os portugueses. Afinal, são eles que gerem o país...

Paulo M. Guerrinha

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